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Foto do escritorAguinaldo Carvalho

FOFOCA: Passatempo malvado de criaturas infelizes

Atualizado: 5 de fev. de 2022


“Chega aqui, deixa eu te falar…”. Desta frase surge uma das coisas mais danosas que podem estar presente no cotidiano de cada um: a “Fofoca” (no Dicionário de Português on-line define fofoca como: “aquilo que se comenta com o intuito de causar intrigas”; “conversa sem fundamento”; “especulação”; “ação de bisbilhotar, de divulgar os segredos de outras pessoas”).


“Ninguém faça declarações falsas nem seja cúmplice do ímpio, sendo-lhe testemunha mal-intencionada”. Êxodo 23:1


O texto Bíblico acima pode ser interpretado como uma advertência contra a fofoca, que permeia as relações humanas provocando às vezes sérios danos as relações interpessoais.


Em todos os setores da vida a fofoca pode se estabelecer (trabalho, família, escola etc.) e em sua grande maioria provoca situações perturbadoras.


Estas ocorrências são problemáticas porque quase sempre lidam com meias verdades. O sujeito escuta (ou imagina) uma parte da história, e já vai extraindo a conclusão segundo o seu próprio entendimento sobre os fatos. A calúnia fica exorbitante e espalha-se como um rastilho de pólvora aceso. Logo pessoas inocentes terminam entrando em um tufão de fofocas, indiretas e calúnias.


Uma das possibilidades de entendermos as fofocas e as maledicências seria que, talvez algumas pessoas se sentem melhores que as outras a ponto de acharem no direito de intoxicar a vida dos outros, trazendo para si um prazer mórbido e sádico.


Pensando de um modo psicanalítico pode-se criar a hipótese de que a fofoca é a construção de uma fantasia de onipotência nascida na infância, em que a pessoa acredita ter o poder de saber “tudo” sobre o outro e com isso invadir sua privacidade, algo pueril, que permanece na vida adulta através da criança interna que subsiste na instância psíquica básica que guarda os rudimentares arranjos da individualidade de cada um.


O fofoqueiro pode ser encarado como um paranoico invertido, pois o paranoico crê que os outros sabem coisas de sua vida e tem o poder de fazer algo com a sua existência, geralmente coisas negativas como por exemplo; ideias persecutórias de morte. Já o fofoqueiro acredita que sabe coisas da vida do outro e com isso tem o poder de fazer algo negativo com o outro, todavia isto é uma ilusão, pois não temos como perscrutar profundamente a essência do outro.


A grande parceira da fofoca é a inveja. Para Melanie Klein (psicanalista austríaca, considerada uma grande psicoterapeuta pós-freudiana) a inveja é a forma radical das investidas destrutivas no outro, pois ataca com a intenção de acabar com outro, manifestando-se de maneira odiosa naquilo que apresenta algum valor social, ou seja, a inveja quer destruir aquilo que ela não tem, mas quer ter.


A inveja incide em uma vontade de ter e tomar o que é bom e positivo do outro. Ela está entrelaçada com uma violenta vontade de destruição, devido à ausência de um emoção básica positiva de satisfação íntima, produto das frustrações do início da vida, que não foram elaboradas, que de tal forma desencadeiam antipatia e ressentimento contra tudo que é bom no outro, utilizando como uma das ferramentas, a fofoca.


Até agora seguimos o raciocínio sobre os malefícios da fofoca nos relacionamentos humanos, porém é importante também pensarmos situações em que este problema possa ser resolvido ou amenizado.


Uma boa medida a ser tomada é não auxiliar na propagação de conversas maldosas. Diante de um boato em seu meio social, o mais recomendado a ser feito é o silêncio. Ou seja; evite que o comentário ganhe força e chegue a outros ouvidos. E mais, censure quem começa esse tipo de fala. Quanto menos pessoas derem atenção ao boato, menos propagação ele terá, desaparecendo-se por si só, antes mesmo de contagiar os outros.


Fale algo favorável sobre o outro, em vez de acolher o comentário ruim sobre alguém, faça o caminho contrário: exalte as qualidades e potencialidades do outro. Esta é uma “fofoca do bem” que só acrescenta importância as rotinas dos relacionamentos sociais.


Auxilie na estimulação do respeito coletivo, independentemente do pretexto que tenha causado uma ou mais fofocas, é necessário que haja a convicção sobre a importância do estímulo de vivências de respeito ao próximo. Para isso, parta da premissa: “você não deseja isso para você. Por que praticaria tal ato com os outros, então?”


Vale pensar, no entanto, que consideração e respeito é algo essencial as pessoas, um valor que se deve trabalhar, desde cedo, através da educação formal e familiar, porém algumas pessoas não tiveram esta formação, acarretando comportamentos que problematizam as relações sociais.


Esteja pronto para ser solidário quando alguém procurá-lo para desabafar, pois isto cria um ambiente de fraternidade, o que leva a diminuição dos atos de fofocas.


Tente ser dentro de suas possibilidades uma pessoa transparente, imparcial e justa. Assim, quem está ao seu lado vai absorver estas qualidades e com isso cooperar com a sustentação de um clima bem-sucedido, colaborativo e livre de comentários maliciosos.


É evidente que, quanto mais satisfeitos cada um estiver em suas relações sociais, menos dificuldades irão interferir no cotidiano das pessoas. Portanto, saber lidar com a fofoca será um fator importante para que a boa saúde emocional seja fortalecida, contribuindo para que haja uma melhoria no desenvolvimento humano dentro de nossa sociedade.

Psicólogo Palestrante Teólogo Professor Aguinaldo

Psicopedagoga Psicoterapeuta Psicanalisca Pedagoga Rosane e Aguinaldo Carvalho Flórida Paulista Adamantina.


Clínica Carvalho

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Rosane e Aguinaldo Carvalho Flórida Paulista Adamantina

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